sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

Afinal onde é que eu moro?

Não tenho por hábito escrever, nem me sinto muito dotada para o efeito, mas achei por bem partilhar esta minha história convosco.

Chego a casa no outro dia e tenho a minha vizinha da porta ao lado à minha espera, danadíssima com uma situação que lhe acontecera. A EDP ter-lhe-á cortado a luz, pelo simples facto das facturas terem sido devolvidas ao remetente, não tendo sido, por isso, pagas. Parece que lhe aconteceu o mesmo com as facturas do Sapo ADSL.
À procura duma explicação para o sucedido, lá partiu a minha vizinha numa longa cruzada.

Após ter batido à porta da EDP, Telecom, Junta de Freguesia, Registo Predial e por fim os CTT, parece que o problema se encontrava na Câmara Municipal. Ao que parece, a nossa Rua, que desde há 16 anos, pensávamos nós chamar-se “Urb. Santo Antonio do Alto, Rua C” (as casas foram todas escrituradas com esta morada), afinal mudara de nome em Setembro de 2003. De salientar que nunca houve uma placa afixada na rua com o seu nome. Chama-se desde essa data “Rua José Mateus Horta”.

A coitada da minha vizinha lá andou de departamento em departamento, dentro da Câmara, para conseguir perceber quem tem agora que comunicar à parafernália de entidades a mudança virtual de morada. Sim, virtual porque eu não mudei de casa. E sim, parafernália de entidades porque temos de contar com os fornecedores de água, luz, gás, telefone, Internet, televisão, e também bancos, seguros, amigos, família, etc, etc. Já para não falar da DGV, onde teremos de pagar para alterar a morada da carta de condução, ou então sujeitamo-nos a ser multados. Mas eu nem sequer mudei de casa!!!

O giro nisto tudo também foi a Câmara ter obrigado a minha vizinha a pagar para obter uma certidão com um mapa daquela zona da cidade, onde indica o novo nome da rua, e depois de alguns dias desta confusão, todos os moradores da rua receberam a mesma coisa à “borliú”. Supostamente isto é o justificativo para apresentarmos em todos os sítios onde queremos alterar a morada.

Também tem sido hilariante cada um destes serviços empurrar as responsabilidades para os outros: o Registo Predial diz que a obrigação de comunicar é da Câmara, a Câmara diz que a responsabilidade de comunicar é nossa, nós, os moradores, dizemos que a responsabilidade é de quem quiser menos nossa…E tudo isto se descobre ao fim de 5 anos, porque o carteiro não pôs a carta da EDP nem da Sapo ADSL numa determinada casa.

Eu por cá, só quero mesmo é que me digam: afinal onde é que eu moro!!!

(escrito por Cristina Rodrigues)

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